sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Chega de frases feitas e canções intermináveis


Chega de frases feitas e de canções intermináveis. As lamentações são uma verdade muito fria que devemos encarar com um frenesi intenso demais para que cheguemos a desejá-la.
Uma falsa tristeza não nos proverá uma vida de riscos, nem palavras que saem da cabeça podem lhe dar uma terapia. Uma folha escrita não vende livros, mas várias podem sobrar; usar metáforas de sentido e sentimento duvidosos pode te levar a glória, mas uma hora ela se vai, enquanto uma frase sábia viverá eternamente mesmo que seu autor não o faça.
Por que esperar até o final de um texto para escrever uma frase de impacto? Seriam pelas mesmas razões que escrevemos coisas discutivelmente diferentes com estruturas iguais ou pela mesma razão a qual damos nomes a textos brilhantes? Afirmações nos dão inspiração para escrevermos cachoeiras de palavras.
Uma erupção de palavras rigorosamente escolhidas e improvisadas; um paradoxo de um pensamento urgente que não pode ser calado, mas não pode ser gritado, pois deve ser escrito.
Para aqueles que admiram incondicionalmente as novas modas e que repetem aquilo que já ouviram com fervor, que usam blusas de Che Guevara sem saber quem ele foi, que se gabam por saber o básico numa sociedade ignorante, pois nada sabe, e para os revoltosos que não conhecem as mil causas para tal: que essa escrita seja maçante, que as entrelinhas estejam em branco. Chega de frases feitas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário